sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Foxcatcher

Foxcatcher - A História que Chocou o Mundo
(Foxcatcher, 2014)

Direção: Bennett Miller
Roteiro: E. Max Frye, Dan Futterman

com: Steve Carell, Channing Tatum, Mark Ruffalo

Um tremendo desperdício. A história dos envolvimento dos dois atletas de luta olímpica com o milionário maluco John Du Pont merecia um pouco mais de cuidado. Apresentado como uma trama assustadoramente incômoda com personagens que parecem sempre caminharem sem se perceber para uma tragédia, o filme de Bennett Miller é uma trama incompleta. Se sobra estudo de personagens (abordo isso abaixo) falta impacto, falta melodrama, falta o tal "choque que assombrou a América".

O que o filme acerta e em cheio, é no estudo de seu antagonista, interpretado com enorme competência por um Steve Carrell que guarda dentro de si um rancor e uma vontade - que supera seus pudores - em ser mais do que aparenta ser. Menino rico, Carrell é o estereotipo do ricaço que precisa de aprovação da mãe e se colocar na embaraçosa posição de líder, diante de um pelotão que o respeita apenas por causa de sua conta bancária. Ninguém o respeita dentro de sua casa, ele sempre é encarado como "aquele cara estranho" que aproveita-se de sua condição financeira para tomar conta de dois atletas que - como ele - não são valorizados dentro dos padrões que impuseram a si mesmos.

Enquanto o personagem de Mark Ruffalo encontra um substituto para esse descaso das pessoas nos braços da família, o personagem de Channing Tatum precisa ser valorizado e encontra em DuPont, alguém que o respeita (ou pelo menos assim parece) e que vai valorizar seu talento.

A primeira hora de "Foxcatcher", justamente quando esses personagens estão tomando lados e apresentando-se ao público é especialmente eficiente, porém falta (como disse acima) impacto e mesmo que a figura de Carrell vá se transformando em uma criatura horrível diante de nossos olhos, o choque de suas ações perdem força. Ao retratar gente fragilizada e impotente de uma forma verdadeiramente honesta, faz do filme um longo prelúdio para o apocalipse. E como todo prelúdio, ele só se completa ao lado de uma atração principal, o que fica faltando nessa produção.


★★★

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